Poucos lugares do mundo são tão diversos e contam com pessoas tão brilhantes como o Vale do Silício. Imigrantes do mundo inteiro que por sua capacidade intelectual conseguem uma oportunidade num dos lugares mais competitivos do mundo.
Basta lembrar que a esposa do Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, é de descendência chinesa e vietnamita, Sergei Brin, co-fundador do Google, é de origem russa e o atual CEO do Google é de origem indiana. Já o pai biológico de Steve Jobs, Abdulfattah John Jandali, é de origem síria. Sem esta massa de talentos atraída anualmente para o Vale do Silício, não teríamos tantos unicórnios, scale-ups e tantas outras empresas de enorme sucesso. A construção destas empresas disruptivas não aceita trabalhadores medianos, mas sim trabalhadores excepcionais capazes de criar soluções únicas para mercados inexistentes até então.
Foto: Mark Zuckeberg e família
Contudo, é preocupante perceber que este enorme sucesso financeiro e empresarial destas corporações não foi capaz de antever e se preparar para a ascensão da intolerância representada por Trump, que em menos de dez dias no governo, restringiu uma das principais fontes de sucesso das empresas americanas, os imigrantes.
Interessante notar, que Tim Cook, CEO da Apple, tem passado os últimos dias em Washington de reunião em reunião, a fim de apresentar argumentos e tentar reverter estas decisões. Por que após bloquear a entrada de imigrantes de sete países, a próxima etapa é restringir o acesso e alterar os vistos dos demais estrangeiros. Só assim é possível garantir mais empregos para os americanos.
Enquanto aceleradoras, VCs, Firmas de tecnologia celebravam suas conquistas, um risco bem mais mundano foi subestimado e agora terá de ser combatido: a intolerância.
Fernando Cembranelli
CEO Berrini Ventures/Hub de Inovação em Saúde
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