A Inteligência Artificial (IA) penetrou literalmente em todas as facetas da vida humana o que está dando o que falar em todo o mundo … em apenas 24 horas temos a IA ajudando a melhorar a sua visão, vemos a IA ganhar muita importância nos programas militares dos EUA, e a Universidade Carnegie Mellon (top em automação no mundo) investindo 5,0 MUS$ para mitigar o surto da Covid-19.
Continuando a “jornada” temos Eric Schimdt (o todo poderoso ex-executivo do Google) que está financiando um novo programa na Universidade de Cambridge, projetado para equipar jovens pesquisadores com habilidades de aprendizagem de máquina (“machine learning”) e IA que têm o potencial de acelerar suas pesquisas. (ver Eric and Wendy Schmidt back Cambridge University effort to equip researchers with A.I. skills, CNBC, 29.jun.2020)
A IA “já cutuca” os radiologistas nos EUA e duas grande associações de classe dos radiologistas de lá (a ACR e a RSNA) dizem para a FDA (a ANVISA americana) que a IA autônoma não está pronta para o “horário nobre” (“ah se a inveja matasse”) (ver Radiologists to FDA: Autonomous AI not ready for prime time, RAPS, 02.jul.2020). Ver aqui alguns apresentações com usos recentes da IA na Imagiologia Médica: Public Workshop – Evolving Role of Artificial Intelligence in Radiological Imaging, 25-26.feb.2020.
Apesar de tudo que estamos passando no mundo com a pandemia da Covid-19 pelo menos uma coisa será muito boa: teremos muitas inovações em várias áreas. Todos sabemos que em tempos de grande crise sempre é uma boa época para grandes disrupções e invenções. (ver Hora de Inovar: Confira 9 negócios que surgiram em momentos de crise, Insper, 16.set.2016)
E uma coisa parece ser muito certa: a Covid-19 vai alavancar de forma surpreendente o uso da IA na área de saúde … ponto, anote no seu caderninho!
A IA já desempenhou um papel útil, porém ainda fragmentado, em muitos aspectos, na luta global contra o coronavírus. Nos últimos meses, a IA foi usada para previsão, triagem, alertas de contato, diagnóstico mais rápido, entregas automatizadas e descoberta de medicamentos em laboratório.
Embora saibamos que teremos um longo caminho de IA a percorrer na saúde, pelos instantâneos que temos visto nos últimos 5 meses da IA no combate ao coronavírus, podemos acreditar que a IA vai nos trazer grandes contribuições no tratamento da saúde das pessoas nos próximos anos.
Com a Covid-19, nós vimos como nossos sistemas de saúde são vulneráveis: respostas de alerta insuficientes e imprecisas, suprimentos médicos mal distribuídos, equipe médica sobrecarregada e cansada, leitos hospitalares insuficientes e tratamentos ou curas oportunistas. Os sistemas de saúde em todo o mundo – mesmo os mais avançados – são algumas das instituições mais complicadas, hierárquicas e estáticas da sociedade. Desta vez com o coronavírus, a IA conseguiu ajudar apenas em bolsões de excelência. As razões para isso são simples: antes do ataque do Covid-19, não entendíamos a importância dessas áreas e agíamos de acordo, e, crucialmente no que diz respeito à IA, não tínhamos os dados para fornecer as soluções. É isso aí: sem “dados”, não existe IA!
Para conhecer mais sobre o potencial da IA na transformação da saúde nos próximos anos ver: Covid-19 Will Accelerate the AI Health Care Revolution, Wired, 22.may.2020.
Mais a revolução da IA na saúde não acaba por aqui, ainda temos mais “emoção”: recentemente, o CEO da John Hopkins Medicine (Mr. Paul B. Rothman) sinalizou que: a análise preditiva, a medicina de precisão e a IA são o futuro da medicina … uau! (ver Johns Hopkins Medicine CEO: Predictive analytics, precision medicine and AI are the future of medicine, Becker´s Health IT, 29.jun.2020 e Johns Hopkins CEO to The Media Line: Big Data Could Turn Pandemic Around, The Midia Line, 29.jun.2020).
A Análise Preditiva tem tudo a ver com a capacidade de se estabelecer cenários futuros de condições de saúde ancorados na capacidade preditiva dos algoritmos da IA. Ver aqui uma “pitada” desse tema de medicina preditiva em diabetes tipo 2: Análise preditiva de complicações em pacientes diabéticos, Saúde Business, 25.set.2017 … produto da “safra brasileira” de IA do pessoal da UFG (Goiás)!.
A medicina de precisão (ou medicina personalizada) é um modelo médico que customiza o tratamento de saúde combinando informações clínicas, com dados genômicos e hábitos de estilo de vida dos pacientes. Quem está apostando muito na medicina de precisão é o conceituado Hospital Mount Sinai nos EUA: em janeiro de 2019 eles anunciaram um investimento de 100,0 MUS$ para a integrar perfeitamente a IA, a ciência de dados e a triagem genômica para promover a prática clínica e os resultados dos pacientes; em junho de 2019 lançaram novo centro de IA. O novo centro é o primeiro em Nova York a integrar inteligência artificial, genômica e ciência de dados para promover o atendimento clínico e em dezembro de 2019 anunciou um supercomputador para seu centro de medicina de precisão. Conheça mais sobre o Instituto de Medicina de Precisão do Mount Sinai aqui: The Charles Bronfman Institute for Personalized Medicine.
A John Hopkins Medicine já possui uma plataforma de dados e está usando IA e aprendizado de máquina (“machine learning”) para manipular os dados da Covid-19. A maior questão com o coronavírus é por que algumas pessoas ficam muito doentes e outras não? Ainda é uma pergunta que ninguém entende. O CEO da instituição acredita que trabalhar com a Covid-19 exige a análise de big data e IA, e isso ajudará a prever melhor quem ficará muito doente e quem poderá se beneficiar de diferentes intervenções terapêuticas.
Falamos pela 1a vez do uso de big data em epidemias no Brasil no caso do vírus da Zika aqui: Microcefalia: oportunidade de usar big data para rastrear epidemias no Brasil, Convergência Digital, 01.dez.2015 … mas “nosso murmúrio” não foi escutado “pelos deuses de Brasília”!
O CEO da John Hopkins disse que estão usando big data e “machine learning” para tentar analisar grandes conjuntos de dados para melhor dividir os pacientes deles (estratificação de rsico), para que possam oferecer um atendimento mais personalizado a eles. A Covid-19 é um ótimo exemplo: é muito diferente para pessoas diferentes. Usar big data, entender isso e encontrar conjuntos de pacientes que responderão de maneira semelhante a um agente terapêutico é realmente muito importante. Ele acredita que esse é o futuro da medicina: o uso de análises preditivas para segmentar pacientes que responderão de maneira homogênea a uma terapêutica. Abordamos o impacto do coronavírus em diferentes pessoas aqui: Pela primeira vez o DNA humano fornece “pistas” sobre os mistérios do coronavírus!, Startup Saúde, 29.jun.2020.
A medicina genômica, que usa informações genéticas sobre a condição de saúde de um paciente para informar o diagnóstico e o tratamento, é uma área propícia para aplicações de IA. Aqui temos uma cartilha sobre este tópico … vale a pena ler este relatório da PHG Foundation em Cambridge. Ele avalia por que a IA é relevante para a medicina genômica, quais aplicativos existem atualmente e considerações políticas para a adoção futura … o futuro da IA na medicina passa por aqui … aposte nisso: Artificial intelligence for genomic medicine, PHG Foundation, Cambridge University, May 2020 [download pdf here].
E para finalizar e você entender mais sobre o por que a badalação (e consequência) em torno da IA, os profissionais especialistas sênior de IA estão ganhando salários (mais benefícios) de 7 dígitos por ano no mercado internacional (isso mesmo que você entendeu … a “bagatela” de 1,0 milhão de dólares!) (ver Artificial intelligence experts are making over $1 million a year. Here’s how to start, The Next Web, 28.jul.2020).
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