A tecnologia e a cultura digital tem se inserido, aos poucos, na medicina, mostrando um grande potencial de avanço em relação à oferta de serviços, como as modalidades de atendimento por telemedicina, e produtos, como os equipamentos wearable.
Além disso, a cultura digital tem muito a oferecer para a medicina, por exemplo, no campo da gestão e criação. É neste contexto que entra o Design Thinking, para auxiliar profissionais da saúde a criarem estratégias, produtos e serviços ainda melhores, que atendam aos interesses dos pacientes, mas também que sejam viáveis do ponto de vista dos negócios e da tecnologia.
O que é Design Thinking
O termo em inglês não tem ainda uma boa tradução para a nossa língua. O Design Thinking é uma metodologia de planejamento e execução de tarefas que, como o nome sugere, importa a maneira crítica, criativa e focada no consumidor final segundo a qual os profissionais de design trabalham.
Ele combina o olhar centrado no humano à visão de negócios, tendo a tecnologia como um importante aliado e propõe um trabalho colaborativo voltado à inovação para resolução de problemas e entrega de valor para o cliente final.
Apesar do nome, não é uma atividade restrita aos profissionais de design. Na verdade, o modelo de Design Thinking tem se popularizado muito por seu potencial de aplicação nos mais diversos cenários e contextos e tem muito a ganhar quando realizado por equipes multidisciplinares.
É uma forma simples, empática, humana, visual e holística de resolver problemas complexos e, por isso, pode ser muito útil para os profissionais da saúde, uma vez que em vez de propor soluções imediatas sem entender de fato os problemas, começa com um esforço coletivo para entender a demanda dos pacientes, executa um brainstorming de possibilidades de resolução e só então executa as melhores opções encontradas.
Quais as etapas do processo de Design Thinking
O processo de Design Thinking se divide em 5 etapas fundamentais, listadas abaixo:
- Empatizar: implica em um conhecimento profundo sobre o desafio, exigindo olhar de perto para as dores, os desejos e as expectativas dos pacientes, procurando entendê-las e empatizar com elas;
- Definir: é o momento de olhar para os problemas levantados e articulá-los, definindo claramente o que você quer resolver;
- Idear: hora de juntar a equipe e fazer um brainstorming de ideias criativas para solucionar o desafio. Post-its serão seus melhores amigos! Quanto mais ideias (e mais ousadas!), melhor. Depois, elas poderão ser lapidadas e reorganizadas;
- Prototipar: esse é o momento de entender como viabilizar as soluções pensadas. Considere a receita que a proposta de valor pode gerar, quais os investimentos e tarefas necessárias para a viabilização dos projetos. Crie um (ou vários) protótipos para testar as soluções completas, ou parte delas;
- Testar: o processo não acaba quando a entrega da solução fica pronta. O ideal é investir em ciclos de inovações e novos testes, para continuar melhorando sempre.
Como o Design Thinking pode contribuir com a área da saúde?
O Design Thinking tem muito potencial na área da saúde, por propor soluções simples para problemas que sejam complexos, focadas no paciente e sem a necessidade de grandes investimentos financeiros.
Não é segredo que os pacientes estão cada vez mais exigentes, demandando serviços e produtos de alta qualidade e valor agregado e o Design Thinking oferece os meios para atender a estes desejos e expectativas.
Um clássico exemplo da excelente aplicação de Design Thinking na saúde é a experiência de Doug Dietz, designer da GE Healthcare, que, ao descobrir que muitas crianças tinham medo de realizar exames de ressonância magnética por causa da aparência do equipamento, buscou por uma estratégia simples e criativa, focada nos desejos das crianças, para solucionar o problema. Mesmo sem apoio financeiro da empresa, acabou criando aparelhos coloridos e divertidos, desenvolvidos especificamente para atender a este público.
O método do Design Thinking também tem sido utilizado para remodelar toda a jornada do paciente em clínicas, hospitais e laboratórios, alterar a arquitetura dos espaços, melhorar processos, procedimentos, produtos e serviços de saúde.
Sem dúvidas, com um mercado com tanta concorrência, é uma ferramenta que pode facilitar, e muito, o dia a dias dos profissionais da saúde, ajudando-os a inovar e gerar vantagem competitiva para os seus negócios.
Autora: Isabela Abreu
CEO & FOUNDER REDFOX SOLUÇÕES DIGITAIS
Empresa especializada em Transformação Digital na Saúde.
RedFox Soluções Digitais