João Bocas – O Expert em Dispositivos Vestíveis ™
Há anos, a assistência médica tem estado sob pressão. A natureza burocrática e humana da indústria tornam difícil o diagnóstico e cuidado rápidos e corretos. Isso junto com a população envelhecendo, o crescente número de doenças relacionadas ao estilo de vida além do avanço e da sofisticação na medicina resultam em custos altos, que estão sempre aumentando e, portanto, são insustentáveis. Simultaneamente, os pacientes querem ter mais controle sobre sua saúde e bem-estar.
Antigamente, a profissão médica era relacionada à autonomia, a assistência médica era um tanto “distante” das pessoas. Agora um nível mais equânime de parceria é necessário.
Além disso tudo, nós observamos que, desde meados de 2010, tecnologias disruptivas estão aparecendo em um ritmo tão rápido que elas acabam desafiando o modelo tradicional de assistência médica e oprimem os profissionais da saúde, pacientes e outros acionistas. Não é sobre a implementação de novas tecnologias, mas sobre várias delas (Meskó et al., 2019). A força coletiva desses crescimentos requer que a assistência médica mude significativamente e, com isso, traz incertezas e confusão. Chamar a transformação da assistência médica de Saúde Digital não é suficiente. Para garantir mudanças efetivas e eficientes, com mínima resistência e benefícios otimizados, precisamos definir coletivamente como o resultado futuro esperado da Saúde Digital deve ser. Isso garantiria que todos os esforços estão focados em entregar um valor significativo para o interesse coletivo. Na sua essência, a Saúde Digital não é uma transformação tecnológica, mas sim cultural. Ela requer envolvimento, participação e uma percepção da saúde que é contínua, ao invés de ver um pedaço de cada vez.
[A Saúde Digital é] a transformação cultural de como as tecnologias disruptivas que tornam dados digitais e objetivos acessíveis tanto para os profissionais da saúde quanto para o paciente levam a um nível igual na relação médico-paciente com uma tomada de decisão compartilhada, além da democratização do cuidado médico”. (Meskó et al., 2019). Com isso em mente, um desenvolvimento é mais atraente e significativo: A conjunção entre dispositivos vestíveis e IA. O potencial é gigantesco. 60% dos fatores que influenciam a saúde individual e a qualidade de vida são correlacionadas às escolhas de estilo de vida. Coisas que parecem insignificantes inicialmente, como tomar o medicamento prescrito para pressão sanguínea na hora certa, andar diariamente ou reduzir estresse, são fatores que influenciam de forma continua a saúde de uma pessoa. A assistência médica atualmente só olha para momentos isolados. Leva em consideração um momento no tempo e age baseado nisso. Mas imagine o que poderia acontecer se tivessem dados e acessos contínuos a esses dados. É aí onde a conjunção entre dispositivos vestíveis e IA começa. Ela marca a inovação de criação de mercados, que mira em uma área de “não consumo”. Torna ser saudável ou ficar saudável novamente mais fácil e mais barato, dando subsídio a formas de descentralizar o cuidado (Ojomo 2016; Miyashita e Brady, 2019). A quantidade de dados de pacientes armazenados aumentou em 700% entre 2010 e 2015, 91% desses dados são desestruturados. Em geral, dados abrem várias possibilidades, dados organizados e específicos geram menos opções, porém muito mais precisas. Nas últimas décadas, várias novas formas de coletar e armazenar dados de saúde foram implementadas no nosso sistema de saúde, isso, é claro, é de grande valor. Entretanto, sem qualquer outro método de
ligação ou combinação, esses dados são inúteis. Entretanto, se conseguirmos minerar esses dados, podemos acelerar a transformação da assistência médica, tornando-a mais eficiente e com melhor custo-benefício (Williams, 2017). Portanto, a inteligência artificial (IA) é vista como a solução do problema. Com sua capacidade de tirar “inteligência” de uma grande quantidade de dados brutos, localizados em fontes diferentes, conta com o suporte de executivos de assistência médica no mundo inteiro. Globalmente, 63% dos executivos de assistência médica já estão investindo em tecnologia de IA e 74% estão planejando fazer isso também (Williams, 2017). Com a grande promessa da IA de fornecer predições altamente acuradas com um custo marginal de quase zero, é compreensível que aja interesse em usar a IA em praticamente todas as áreas da assistência médica. Entretanto, quando olhamos novamente para o propósito da Saúde Digital, nem todas as aplicações da IA na assistência médica são igualmente oportunas. Para mirar nos maiores problemas que quase todos os sistemas de saúde enfrentam, a pressão marginal e a descentralização, além de algumas outras, poucas servem como uma resposta estratégica apropriada. Se olharmos de perto as ferramentas de imagens médicas por IA, alguém pode pensar que seu impacto não é tão significante quanto divulgado. Ferramentas de imagens médicas por IA miram em uma função que já está sendo feita por médicos extensivamente treinados e altamente especializados. As soluções podem fornecer alguns meios para uma maior eficiência; entretanto, é claro que pacientes e instituições médicas irão permitir que a IA automatize completamente o serviço. A aplicação da IA em tal ambiente, mesmo com certos resultados benéficos, é improvável de reduzir substancialmente os custos e melhorar, de forma clara, a forma que a assistência médica é prestada. A combinação de dispositivos vestíveis e IA é, no entanto, um desses ambientes. Dispositivos vestíveis dão a oportunidade de coletar dados de saúde individuais e contínuos. Eles permitem que a assistência média seja mais pessoal e fornecem meios de deixar as pessoas mais envolvidas em seus próprios bem-estares. O interesse nos dispositivos vestíveis está crescendo. Os smartwatches estão rapidamente se tornando a opção preferida de muitos que querem a mais recente tecnologia sem o esforço de ter que carregar junto um telefone ou notebook. Analistas da indústria preveem um crescimento de 18% no mercado de smartwatches em 2021. Com os dispositivos vestíveis se tornando cada vez mais comuns, oportunidades crescentes de uso em um ambiente de saúde e bem-estar surgem (Kaplan, 2019). Um uso comum são os apps de saúde e bem-estar que estão sendo integrados nos smartwatches. Eles engajam os usuários a viverem uma vida mais saudável e, com isso, dar oportunidades para o cuidado preventivo ao invés de tratamento. Quando os dados coletados puderem ser compartilhados com clínicos, eles também poderão ser um meio de juntar informações significativas em relação aos fatores que influenciam o estado da saúde do indivíduo.
Smartwatch da Samsung
Um exemplo mais específico é relacionado ao smartwatch da Samsung usando IA de próxima geração. O smartwatch foi recentemente introduzido pelos pesquisadores no Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial no MIT. O relógio oferece treinamento social para aqueles que sofrem com a Síndrome de Asperger e com ansiedade severa. Com isso, os dispositivos vestíveis conseguem fornecer um suporte abrangente de saúde física e mental (Kaplan, 2019).
Ao olhar o que acontece quando a IA e os dispositivos vestíveis são empregados juntos em um ambiente médico, o programa do Serviço Nacional de Saúde está preparando o palco. Pacientes liberados de um grupo de hospitais do sudeste da Inglaterra recebem um bracelete com Wi-Fi que monitora remotamente seus sinais vitais, como pressão sanguínea, temperatura corporal, taxa respiratória e níveis de oxigênio. A IA é incorporada para analisar todos os dados desses pacientes em tempo real. Os resultados são surpreendentes. As visitas às salas de emergência foram reduzidas e a readmissão em hospitais caíram. A aderência aos planos de tratamento a longo prazo aumentou para 96%, comparado com uma média geral de 50%, e a necessidade das visitas caseiras caras diminuiu 22% (Miyashita e Brady, 2019).
Antes, a equipe do hospital tinha que fazer viagens de ida e volta, levando até 90 minutos para checar os pacientes em suas casas uma vez por semana, isso não é mais necessário.
Com os algoritmos constantemente buscando nos dados sinais de alerta e, com base nisso, alertando tanto os profissionais quanto os pacientes imediatamente, os cuidados de saúde são realizados antes mesmo de você sequer saber que precisa dele (Miyashita e Brady, 2019). Ao combinar os dispositivos vestíveis com a IA, um novo valor significante pode ser criado ao passo que mira em uma área de não-consumo. Estou certo de que essa solução fornece um grande avanço para realmente transformar o cuidado de saúde. Ao aumentar tanto
a realidade quanto o intelecto, isso acaba empoderando tanto os pacientes quanto os cuidadores. Isso permite um cuidado à saúde baseado em valores e fornece oportunidades significantes para personalizar o atendimento. Ao se aproveitar da IA e dos dispositivos vestíveis, podemos tomar melhores decisões e dar recomendações em tempo real, não apenas para poucos, mas para muitos. Isso tornará o cuidado de saúde mais acessível. A ligação entre médico e paciente irá se aprofundar ao passo que essa nova forma de assistência médica cresce. Espero que todos nós possamos colocar nossos esforços nessas soluções que fornecem avanços, as quais nos permitem trabalhar em direção aos propósitos coletivos, alta qualidade, uma saúde acessível para todos, por todos.
Referências
Kaplan J (2019) A wearable may save your life, thanks to A.I. and big data. Here’s how. URL:
http://www.digitaltrends.com/wearables/wearable-health-ai-big-data/ (acessado em 2 de agosto, 2019) Meskó B, Drobni Z, Bényei É, Gergely B, Győrffy Z (2017) Digital health is a cultural transformation of traditional
healthcare. Mhealth 3: 38. doi:10.21037/mhealth.2017.08.07 Miyashita M, Brady M (2019) The health care benefits of combining wearables and AI. URL:
https://hbr.org/2019/05/the-health-care-benefits-of-combining-wearables-and-ai (acessado em 2 de agosto, 2019) Ojomo E (2016) Nonconsumption is your fiercest competition – and it’s winning. URL:
http://www.christenseninstitute.org/blog/non-consumption-is-your-fiercest-competition-and-its-winning/ (acessado em 2 de agosto, 2019) Williams B (2017) Enabling better healthcare with artificial intelligence. URL: http://usblogs.pwc.com/emerging-technology/ai-in-healthcare/?utm_content=bufferb9882&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer (acessado em 2 de agosto, 2019)
João Bocas
João Bocas é um especialista na tecnologia de dispositivos vestíveis e é reconhecido mundialmente como líder de negócios, mentor, conselheiro e empreendedor. Sua paixão é ajudar outros, compartilhar experiências, transferir conhecimento, trabalhar colaborativamente e ajudar negócios a adotarem as últimas tendências digitais e inovações.
Como um líder em tecnologias de dispositivos vestíveis, saúde digital, IoT e inovação na saúde, incluindo IA (inteligência artificial), robótica e ML (aprendizado de máquinas), João explora a interseção da tecnologia e negócios. Isso inclui examinar como as novas tecnologias moldam de forma contínua o comportamento dos consumidores, como elas influenciam modelos de negócios e ajudam marcas a ampliarem suas mensagens. Ele também analisa o impacto de inovações disruptivas e compartilha tendências futuras no mercado.
Com mais de 25 anos de experiência em ambientes de esporte profissional e corporativo, trabalhando com gerência sênior, conselhos e equipes executivas, João trabalhou com organizações de saúde, serviços financeiros, mídia, esporte e organizações do setor terciário e público. Ele também acumulou um conjunto admirável de 17 qualificações profissionais formais enquanto estudava esporte por 8 anos.
Ele foi um finalista da Great British Entrepreneurs Awards 2015, um Top 100 de Influenciadores Digitais Globais da Saúde e é um conselheiro mundial e membro do conselho de várias companhias de tecnologia.
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