Cannabis, saúde e bem-estar

O estresse e a fadiga resultantes da pandemia têm provocado vários efeitos colaterais nas pessoas. Um deles é a crescente preocupação com o autocuidado e a busca por produtos que promovam bem-estar. Segundo dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), no primeiro semestre de 2020, as vendas gerais de medicamentos isentos de prescrição médica (MIPs) cresceu 20,79%, movimentando R$ 5,2 bilhões.

Além de facilitar a vida na hora de resolver um problema como dor de cabeça, dores musculares, alergias, falta de vitamina e suplementos, alívio de estresse, resfriados e até má digestão, por exemplo, o uso de MIPs (mundialmente conhecidos como OTC – Over The Counter) tem um papel social e econômico importante, pois ajuda a desafogar o sistema de saúde, já tão sobrecarregado.

Essa realidade tem feito com que muitas empresas invistam em produtos voltados para o bem-estar da população. E, nesse vasto campo de ofertas, a Cannabis tem muito potencial para crescer por aqui, principalmente se seguirmos a tendência de outras regiões do mundo. Tais como Estados Unidos, Canadá e alguns países europeus, que estão apostando no canabidiol (CBD) para atender uma demanda de consumidores que buscam por tratamentos alternativos para cuidar da saúde.

O canabidiol tem alto efeito antioxidante e anti-infamatório. Rico em vitaminas A, D e E, o CBD ajuda neutralizar os efeitos oxidantes causados pelo estresse, pela poluição e pelos raios UV, além de ter efeito analgésico. De acordo com estudo publicado pelo Instituto Nacional de Saúde norte-americano em 2014, o ativo consegue regular a produção de óleo e de glândulas sebáceas no organismo, sendo uma ótima saída para quem sofre com espinhas.

E, diferentemente do THC (tetrahidrocannabinol), o CBD não tem efeito psicoativo. Os usuários descrevem sensação de bem-estar corporal, diferente da alteração da consciência. Outra vantagem é que por ser uma substância totalmente orgânica, não oferece riscos de causar dependência, como ocorre com os fármacos industrializados.

Diante de tamanho barulho, é cada vez maior o grupo de pessoas que passaram a adotar o canabidiol em sua rotina diária. Nos Estados Unidos, por exemplo, local em que o artigo é comercializado legalmente, duas grandes redes de farmácias apostam em muitos produtos à base de CBD – cremes, loções, óleos, suplementos, infusões etc. – para atrair mais consumidores.  

Com esse movimento, muitas empresas que fornecem tais produtos não só vêm ganhando alta valorização, como estabelecendo parcerias com gigantes do setor farmacêutico. É o caso da rede CSV, maior grupo de farmácias do país. A expectativa é que o mercado de produtos com CBD nos EUA chegue a US$ 16 bilhões em 2025.  

No Brasil ainda temos um vasto caminho a percorrer, por isso não podemos perder tempo. Temos necessidade de operar neste segmento. As perspectivas de crescimento e lucratividade são grandes, mas os desafios não ficam atrás. Nesse cenário de estruturação é muito importante o investimento científico, para que seja feita uma regulamentação mais ampla para a produção de produtos e o desenvolvimento de remédios.

Para isso, precisamos nos abrir para esse terreno fértil de oportunidades, que tem o poder de transformar a vida de milhões de pessoas, ajudando o país socialmente e economicamente. Entrar nesse setor, porém, exige mais que uma grande ideia. Além de veia empreendedora e profissionalismo, é preciso ser ativista para trabalhar em prol do desenvolvimento do ambiente de negócios, da cadeia produtiva e do ecossistema em seu entorno.  

O fato é que estamos diante de um caminho promissor e as empresas que saírem na frente terão oportunidade de despontar no mercado de produtos canábicos voltados para o bem-estar e para a saúde da população. E é certo que futuramente, acompanhando a tendência de vários países, esses produtos poderão ser vendidos livremente em farmácias e drogarias brasileiras.   

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