Todos os anos diferentes problemas em saúde chamam a nossa atenção, enquanto novas soluções trazem a promessa de aliviar ou erradicar completamente doenças ou condições, demonstrando sem sombra de dúvidas o poder transformador da tecnologia.
Contudo, 2018 tem sido um ano atípico. Duas mortes no Colégio Bandeirantes, seguidas pela jovem morte de um jovem médico anestesista, o jovem DJ Aviccii e na última semana, o famoso repórter da CNN Anthony Bourdain e, agora, a renomada estilista Kate Spade. Todos vítimas de suicídio.
Afinal, o que leva alguém a tirar a própria vida e o que os suicídios descritos acima representam para nossa sociedade e para nós mesmos ?
Por quê adoramos falar de inteligência artificial, block chain, apps e como todas estas soluções vão revolucionar nossa saúde, mas como falhamos em reconhecer que estas mesmas soluções são incapazes de salvar jovens e adultons, em risco de tirar suas próprias vidas.
Se por um lado, é compreensível que jovens vivendo o stress do vestibular, possam ter aí a motivação que os levaram a cometer tal ato, mas quais são os fatores de risco que levam um jovem médico a cometer esta atitude e porquê profissionais considerados bem sucedidos tomariam a decisão de tirar suas próprias vidas ?
Quando alguém se suicida no metrô, esta notícia não é divulgada pois aparentemente aumentaria as tentativas de suicídio. No caso do Colégio Bandeirantes, esta notícia só foi amplamente debatida pelo fato do Colégio ter corajosa e corretamente publicado uma carta, em que expôs a situação para toda a sociedade, a fim de explicar o que estava acontecendo e as medidas que estavam sendo tomadas.
Como ex-aluno do Colégio Bandeirantes e por ter vivido momentos em que estava em risco, tenho plena convicção que a maior vitória que podemos ter para vencer este tabu, é estarmos abertos ao diálogo, à discussão, a ter oportunidades de buscar quem nos ajude, sem preconceito, nem que isto signifique dar um passo para trás e, no meu caso, assumir que não somos um super-herói, mas podemos e devemos respeitar nossos limites.
Acima de tudo, devemos pedir e aceitar ajuda e, neste caso, os meios digitais podem ser uma excelente ferramenta para encontrar auxílio, aonde quer que você esteja.
Deixemos o tabu de lado e passemos a discutir abertamente este tema,
Fernando Cembranelli, MD/MBA
